Tantos dias de espera por um lugar ao sol para estender a toalha e carregar baterias, caiem por areia na praia que tem gente e carros a mais. Tivemos todos a mesma ideia. Eu prefiro abdicar e apanhar sol no terraço.
Não sei se a idade nos transforma ou se revela a essência que vamos esquecendo ao longo dos anos.
Lembro-me de nos meus quinze anos sentir que precisava de um espaço maior para evoluir e que a pequena e sossegada vila onde morava com os meus pais, não me chegava.
Hoje, crescida e aparentemente criada, fujo a sete pés de sitios pejados de pessoas, onde parece que tudo acontece e fujo para onde consigo encontrar paisagens vazias, silenciosas e paradas no tempo, com cheiros de mar, de árvores carregadas de frutos ou de campos de flores.
Há que seguir o ritmo que a vida nos pede. Mais dias virão e o mar não foge.
No caminho de volta passo no mercado bio e compro alperces. São como um regresso a casa. Eram as preferidas do meu pai. É incrível como os caminhos nos vão afastando das memórias que acabam sempre por voltar quando lhes apetece. Têm vida própria, toda a gente sabe.
Ainda ontem falava do significado de "casa" para mim e como julgo estar relacionado com tudo o que é mais forte que nós, como o amor, ou a fé e também as memórias.
O cheiro dos alperces ao descaroçar traz-me de volta. A polpa desfaz-se entre os dedos de tão maduros e sumarentos que estão.
É preciso fazer uma tarte! Melhor ainda, um crumble! Com farinha de aveia e noz pecan! Devia era sossegar, aproveitar o descanso para ler ou arrancar ervas da horta ou pura e simplesmente imitá-las e vegetar, mas como posso sair da cozinha com uma cesta de alperces perfumados e maduros a olhar para mim?
Fazer tartes é definitivamente "casa". Ontem foi de ameixas. Acabadinhas de apanhar da árvore. Uma no cesto, duas na boca, algumas no forno.
Que rica primavera, quase verão!
Andei eu anos a achar que era uma verdadeira cosmopolita quando tudo o que me vale na vida está aqui, no campo, nesta "casa".
Lembro-me de nos meus quinze anos sentir que precisava de um espaço maior para evoluir e que a pequena e sossegada vila onde morava com os meus pais, não me chegava.
Hoje, crescida e aparentemente criada, fujo a sete pés de sitios pejados de pessoas, onde parece que tudo acontece e fujo para onde consigo encontrar paisagens vazias, silenciosas e paradas no tempo, com cheiros de mar, de árvores carregadas de frutos ou de campos de flores.
Há que seguir o ritmo que a vida nos pede. Mais dias virão e o mar não foge.
No caminho de volta passo no mercado bio e compro alperces. São como um regresso a casa. Eram as preferidas do meu pai. É incrível como os caminhos nos vão afastando das memórias que acabam sempre por voltar quando lhes apetece. Têm vida própria, toda a gente sabe.
Ainda ontem falava do significado de "casa" para mim e como julgo estar relacionado com tudo o que é mais forte que nós, como o amor, ou a fé e também as memórias.
O cheiro dos alperces ao descaroçar traz-me de volta. A polpa desfaz-se entre os dedos de tão maduros e sumarentos que estão.
É preciso fazer uma tarte! Melhor ainda, um crumble! Com farinha de aveia e noz pecan! Devia era sossegar, aproveitar o descanso para ler ou arrancar ervas da horta ou pura e simplesmente imitá-las e vegetar, mas como posso sair da cozinha com uma cesta de alperces perfumados e maduros a olhar para mim?
Fazer tartes é definitivamente "casa". Ontem foi de ameixas. Acabadinhas de apanhar da árvore. Uma no cesto, duas na boca, algumas no forno.
Que rica primavera, quase verão!
Andei eu anos a achar que era uma verdadeira cosmopolita quando tudo o que me vale na vida está aqui, no campo, nesta "casa".
Andei eu anos a achar que era uma verdadeira cosmopolita quando tudo o que me vale na vida está aqui, no campo, nesta "casa". Felizes são os que encontram. Bom texto.
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