Da minha avó Miquelina, mãe do meu pai, infelizmente não tenho muitas memórias, apesar de ter percebido em histórias dos meus irmãos que lhe devo ter herdado algum “pelo na venta” e o meu lado mais contemplativo. O meu irmão Paulo conta que por vezes quando o meu avô ia ao serrado apanhar ou cultivar alguma coisa, que ela o levava ainda pequenito e lhe mostrava as arvores e ensinava o que eram, lhe dava a cheirar as flores e apontava para os pássaros. Nasceu a quatro de Janeiro, o meu pai nasceu a três, mas não me lembro de ser tão destemido quanto ela. Deve ter saído mais ao meu avô que parece que era meio medricas e se assustava com tudo o que era bicho.
O meu irmão conta que um dia qualquer, no quintal da casa onde moravam, atrás de um tanque onde ela adoçava os tremoços, apareceu uma cobra e o meu avô ficou em pânico. Consta que a destemida Miquelina Maria, muito confiante, fez uns gestos quaisquer com o dedo indicador até a cobra inofensiva, parece, levantar a cabeça. Posto isto, a minha determinada avó paterna, pegou-lhe cheia de coragem e atirou-a para o outro lado do muro, enquanto troçava do meu avô que tinha perto de 1.90m de altura mas que se portava como um menino aos olhos dela. Consta que além de Doces maravilhosos (onde nasceu a inspiração das minhas Pérolas de Colares)fazia a melhor Sopa de Feijão do Mundo!
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