terça-feira, 3 de março de 2020

Margarida, a mágica.

Pelos meus 16 li um livro que foi durante anos o meu favorito, e já nem sei bem porquê. Devo ter passado da Enid Blyton para a Isabel Allende e o impacto na diferença ou na escrita foi enorme. A Casa dos Espíritos fez-me viajar de uma forma diferente. A fluidez da Allende, a delícia da descrição pormenorizada que dá aos detalhes, as características dos personagens… parece que as palavras dançam. Relembro com especial carinho Clara. Não recordo grande coisa além do não tocar com os pés no chão, não sei se metafórico ou puramente fantasioso, a personagem quando andava, só flutuava. Sem nenhuma razão especial, esta Clara meio mágica, lembra-me a minha irmã Margarida.  
A Guida é a mais velha das meninas e tal como Clara também tem um dom - curar. A minha Guida é enfermeira, mas daquelas que nasceram para o ser. Que não têm aquele ar sádico quando dão uma injeção ou quando nos sacam sangue? Parece que nasceu para cuidar!   
Com 9 anos de diferença e sendo a única a conseguir convencer-me a tal, estava encarregue de me dar banho, mas como em quase tudo o que fazia e faz, sempre com muito estilo.  
Um duche não era um duche, eramos as meninas perdidas à chuva, mas felizes porque era quentinha e tropical, uma viagem cheia de detalhes apetecíveis que me faziam render à higiene que parece sempre ser obrigatória aos adultos e completamente desnecessária às crianças.  
Acho que ainda hoje ela consegue fazer isso, transformar coisas aparentemente chatas e desnecessárias em experiências únicas e especiais, como se andar não fosse apenas mexer os pés no chão, mas flutuar. Da minha Margarida vem a receita de uns maravilhosos croquetes vegan. 

Croquetes da Margarida 
1 Cebola Picada 
2 Dentes de Alho 
Azeite  
3 Cenouras Picadas 
Molhinho de Salsa 
Nozes ou pinhões 
1 Chávena de Soja Granulada  
1 Pimento Vermelho 
2 Batatas Cozidas 
Flocos de Aveia (opcional) 
Sal e pimenta a gosto 

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