sexta-feira, 17 de abril de 2020

Sinais

Hoje fui ao correio enviar cartas. Estou com a sensibilidade à flor da pele. De onde virá esta expressão, a propósito? Mas pronto, sinto saudade e apetece-me enviar carinho a quem gosto de todas as formas possíveis. Fiquei à porta, só entra uma pessoa de cada vez. O correio segue, mas demora a chegar. Faz-se o que se pode. Enquanto espero distraio-me com os titulos dos livros no balcão. Os olhos fixam uma capa azul celeste - "Sinais, o universo fala consigo. Saiba como compreender."
Começo a viajar. Eu acredito em sinais, o que conta é o que acreditamos, mesmo que sejam anjos, fadas ou no pai natal. Se acreditamos, existe para nós e dá-nos sentido e isso basta. Chega a minha vez. Sigo o impulso, estou a transbordar de impulsos contidos e enquanto entrego as cartas, agarro o livro. Na contra capa leio um comentário de um autor que me é muito familiar e que me iniciou nestas coisas de acreditar no invisível - isto só pode ser um sinal!
Paguei o livro e os selos e segui para o carro com a sensação de quem encontrou um mapa de tesouro. Sento-me e faço o que é habito quando tenho um livro novo, abro aleatoriamente e vejo o que me diz. Isto normalmente determina se a leitura será pausada ou compulsiva. Outro sinal...
Provavelmente a quem não liga a acontecimentos que não são validados cientificamente tudo isto não passará de pura fantasia ou alucinação. Mas basicamente o que me importa é o que resulta comigo e eu sou feliz com as linhas que me cosem. Há catorze anos, logo depois da chegada da primavera, o meu pai foi para o outro plano. Naturalmente e sem nada que nos preparasse antecipadamente, foi de uma tristeza incomensurável para todos. E a mim dá-me sempre uma enorme aflição não conseguir aliviar o sofrimento dos que amo. À boa maneira de quem tenta sempre procurar a ordem no meio do caos, imprimi para a minha mãe e para os meus irmãos um texto que saquei da net que se chama - A morte nada é. Atribuido a Henry Scott-Holland e a mais uma carrada de autores. Irrelevante, aqui. O conteúdo era o que me interessava. Colei uma foto do meu pai a sorrir e tive esperança que de alguma forma conseguiria aliviar as tristezas. Hoje, passados todos esses anos, esse texto está na página aleatória que acabo de abrir.

6 comentários:

  1. Que liiiiinnndddoooo... tudo...o texto é o quê aconteceu! Obrigada por partilhar Ângela... amei😍

    Alê

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  2. Ainda estou arrepiada...❤️🤗

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  3. Absolutamente incrível! Para além de já estar emocionada e de acreditar em sinais, eu própria vou querer esse livro. Grande sinal! Beijinho enorme ❤️❤️❤️

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  4. Também acredito em sinais 😊 e sim, morro de saudades tuas, de todos os meus Amigos, dos meus Pais, dos meus irmãos, dos meus sobrinhos e até de quem não gosta de mim 😁

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  5. Não sei porque me chamo casaco, preferia chamar-me vestido...

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  6. Fiquei toda arrepiada...e não é do vento que sopra levemente nas minhas costas enquanto o sol se põe...acredito em sinais e acredito que o universo nos juntou de propósito! Enquanto não te posso dar outros, dou-te por aqui um beijinho e um abraço apertado

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